Evento pioneiro no Estado de Minas Gerais foi uma realização da Prefeitura Municipal e Instituto Nosso Mucuri
Evento aconteceu na Praça Tiradentes, entre 21 e 23/09, reunindo cerca de 70 indígenas vindos de diferentes cidades e regiões do Estado. Fruto de uma parceria entre a administração municipal com o Instituto Nosso Mucuri, a feira contou também com o apoio de órgãos de amparo ao índio e instituições de ensino superior. Ao longo dos três dias, os visitantes conferiram na 1ª Feira Mineira do Artesanato Indígena produtos feitos de maneira artesanal, baseados na cultura indígena. Um outro espaço foi organizado ao lado das barracas para outra atração do evento: uma exposição fotográfica sobre os personagens principais da feira.
Durante a cerimônia de abertura, o público que acompanhava foi surpreendido com danças típicas apresentadas por algumas tribos. De acordo com o representante do Instituto Nosso Mucuri, Beto de Castro, a feira teve o intuito de promover a visibilidade da cultura e direitos indígenas a partir do artesanato nativo. “É uma satisfação imensa ter emplacado esse projeto aqui na nossa cidade. A produção artística dos povos indígenas que habitam nosso Estado é muito rica e apresenta uma singularidade étnica que precisa ser apresentada, valorizada e preservada. A realização da feira foi uma forma de contribuirmos para isso”, pontuou Beto.
Ao discursar no evento, outro representante da Comissão Organizadora, Márcio Rodrigues, destacou que a iniciativa reflete em mais qualidade de vida para os índios. “Com a experiência que tive em trabalhar junto a esses povos, com certeza esta feira se enquadra numa ação de promoção da saúde. É um evento que aumenta a autoestima da população indígena, promove o bem-estar, e assim, evita-se o surgimento de doenças”, salientou Rodrigues.
O secretário municipal de Governo, Pio de Castro, representou o prefeito Daniel Sucupira na abertura da feira e evidenciou o empenho do governo em assumir o cumprimento dessa pauta. “Não havia aqui na cidade qualquer ação do poder público municipal em relação aos nossos irmãos indígenas. Tínhamos que mudar essa realidade, e conseguimos. Mas o feito não é só nosso, uma vez que diante de todas as dificuldades que vivemos no país atualmente, vários municípios se uniram para a concretização desse projeto que começou por nossa cidade. Tomara que esta primeira edição se torne uma referência na caminhada em defesa do fortalecimento da causa indígena em todo o território mineiro”, declarou Castro.
Uma das aldeias participantes da exposição foi a dos Pataxós do município de Açucena. Representada pelo índio Sinaré, a tribo levou para a praça enfeites de cabelo, utensílios domésticos, arco e flecha, objetos decorativos, tudo artesanal. “É muito especial para nós participar desta feira, que é uma forma de mostrarmos nossa cultura e a realidade do nosso povo para o público de Teófilo Otoni. As pessoas também ficam conhecendo outras comunidades indígenas existentes em outras regiões do Estado, que abriga 18 etnias”, contou o pataxó.
Já no primeiro dia do evento, o visitante Franco Vandereste garantiu suas compras. “Me encantei por um arco e flecha e uma zarabatana (instrumento de sopro). Achei os produtos, em geral, de altíssima qualidade. A cidade está de parabéns por sediar uma feira tão maravilhosa, que mostrou a real cultura do verdadeiro povo brasileiro”, finalizou o jovem.