Profissionais de saúde da cidade de Itabira, na região central, trouxeram experiências da implantação e benefícios do serviço para a saúde pública
Aproximadamente 80 profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), da Secretaria Municipal de Saúde do município de Teófilo Otoni participaram nos dias 20 e 21 de novembro, no auditório do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), do treinamento para a implantação do serviço hospitalar de referência para atenção às pessoas com transtorno mental ou necessidades decorrentes do uso de álcool e drogas.
O serviço que será ofertado no Hospital Municipal Raimundo Gobira faz parte do Componente Hospitalar da Rede de Atenção Psicossocial e atende as exigências da Portaria 148, de 31 de janeiro de 2012, do Ministério da Saúde. Dois leitos estão sendo preparados para o atendimento dos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
A Coordenadora Municipal da Saúde Mental de Teófilo Otoni, Rosely Soares Chaves, disse que esta ação é um grande ganho para o município. “Convidamos uma equipe de saúde da mental da cidade de Itabira, que já tem o projeto implantado no Hospital Nossa Senhora das Dores, para ministrar o treinamento. Eu acredito que assim como funciona lá em Itabira, com grande sucesso, também vai ser aqui”, salientou.
Rosely Chaves também explicou como será o tratamento e os cuidados que o serviço vai oferecer a esse tipo de paciente. “Em caso de surto esse paciente será avaliado pelos profissionais do CAPS, psiquiatra, psicólogo, enfermeira, toda equipe ali vai fazer um projeto terapêutico e vai mandar esse paciente pra ficar até no máximo 14 dias internado no Leito de Retaguarda, que é o tempo de estabilização. Então ele volta para o tratamento na rede, nos PSF’s, no CAPS, com sempre foi feito. Sempre que o paciente for internado deve estar acompanhado de um familiar. A porta de entrada do paciente vai ser através do CAPS. Mesmo que a família ou o médico particular queira levar a pessoa diretamente ao hospital isso não poderá acontecer. Ele tem de passar por uma avaliação dos profissionais do CAPS”, concluiu.
Equipe confiante na implantação do serviço
O Diretor Administrativo do Hospital Raimundo Gobira, Reinaldo Melo, falou que os leitos de retaguarda para pessoas com transtornos mentais e sofrimentos decorrentes de álcool e drogas estão sendo implantados no município com compromisso social e modelo de gestão. “A concretização deste projeto vem fechar a rede de assistência a essas pessoas com sofrimento de transtorno mental. O hospital começa com dois leitos, mas com o objetivo claro de chegar aos seis. Então agora, temos que esperar sair a portaria de habilitação do serviço. Assim, nós implantaremos os outros quatro leitos conforme pactuados com o Ministério da Saúde em 2012”, ressaltou o diretor.
Rosa Cristina de Faria Martins é Assistente Social do Hospital Nossa Senhora das Dores na cidade Itabira, onde funcionam seis leitos de retaguarda. Ela falou da experiência do serviço implantado na cidade e se disse confiante que o projeto vai funcionar também em Teófilo Otoni. “Pude observar que aqui tem uma equipe capacitada, o que facilita muito o trabalho”, afirmou Rosa.
A Psicóloga Referência Técnica da Rede de Atenção Psicossocial, Ana Flávia Spósito, lembrou que há quatro anos existe uma pactuação desses leitos no Hospital Raimundo Gobira. Segundo ela, não foi possível fazer o trabalho porque o momento pedia prioridade para a implantação do CAPSI-AD e do CAPSI. “Agora com a força de vontade da atual gestão foi decidido que seria implantado este projeto na cidade. A princípio começaremos com dois leitos custeados pelo Município”, salientou Ana Flávia.
Participaram do curso as equipes da Rede de Atenção Psicossocia (RAPS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), Unidade de Proto Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e equipe do Hospital Municipal Raimundo Gobira.